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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Reflexões de um Trabalhador da Casa


A Nossa Casa é semelhante a um grande laboratório, onde as reações químicas dão lugar às relações comportamentais; em lugar de tubos de ensaio e substâncias químicas, entram as emoções e os sentimentos. As cobaias somos nós, os trabalhadores da Casa em geral (e os coordenadores de modo especial). A cada instante somos testados em nossa capacidade de compreensão e tolerância. Como apoio na pesquisa de nós mesmos, contamos com as orientações e diretrizes dos mentores da Casa, forjados que foram no laboratório da existência.

Os experimentos são variados; às vezes é um mero contratempo com um colega de trabalho, para medir a "temperatura" e a rapidez com que entramos em "ebulição"! Outras vezes  é a presença de um "corpo estranho" na "panela", para testar a nossa capacidade de assimilação daqueles que são diferentes de nós. Há os que, em testemunho, se vêem submetidos a uma verdadeira bateria de provações, com debilidades na saúde física ou psíquica, assediados de seres desafetos do passado, etc.

Seja qual for a nossa situação, na hora do desânimo e da revolta, é bom não perder de vista que, apesar de todo o desconforto existencial e de toda a provação por que passamos, é preciso ter a confiança e a certeza de que estamos em local privilegiado, onde o conhecimento das leis da vida muito nos favorece, confortando nossa dor e consolando nosso desalento. Basta ver os milhares de irmãos nossos que cumprem penosos resgates nas penitenciárias, nos manicômios, nos hospitais ou mesmo nas ruas, padecendo da indiferença, do desamor e da falta de perspectivas na vida.

Portanto, caro colega, nesse reinício de trabalho, vamos refletir bem acerca do nosso papel no Grupo Libertação. É nesse laboratório que poderemos galgar alguns degraus na escala evolutiva. Vamos apostar na convivência harmônica, no trabalho colaborativo, procurando completar o que falta no outro, ajudando e servindo, ensinando pelo exemplo e não pela crítica.

Não vamos nos deixar contaminar por sentimentos de discórdia, não nos permitindo melindrar por causas menores. Tenhamos compaixão com todo aquele que chega na Casa em busca de socorro fraterno. Tenhamos acima de tudo, a humildade de nos reconhecermos como eternos aprendizes da espiritualidade; vamos descer do pedestal da vaidade e do orgulho para assumirmos nossas responsabilidades perante a Casa, a vida e nós mesmos. De nada resolve estarmos sempre aqui, nesse ou naquele grupo, usando a Casa como muleta para nossas deficiências, se o personalismo não der lugar ao altruísmo!

Que a luz do esclarecimento possa nos revelar os caminhos da harmonia e da paz de espírito; que possamos ter o alcance de compreender o significado da expressão "servir amando".

Março de 2003                                                           
Luiz Lomando

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