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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

21/01 - Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa

O dia 21 de janeiro é comemorado como o Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa. A data foi oficializada pelo presidente Lula através da Lei nº 11.635 como um incentivo ao respeito e à liberdade religiosa. A data escolhida homenageia Gildásia dos Santos e Santos, popularmente conhecida como Mãe Gilda. A sacerdotisa do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, morreu de enfarte, após ver a própria foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de insultos.

Alguns estados estimulam o respeito à diversidade religiosa. Nas escolas estaduais do Tocantins, os professores recebem periodicamente orientações da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), para as aulas proporcionem aos alunos o conhecimento das mais diversas religiões, de forma não doutrinária e primando pelo respeito mútuo, prática ainda não padronizada em todos as escolas deste Brasil.

Este ano, para enriquecer ainda mais as aulas, a Seduc está preparando uma espécie de Guia de Aprendizagem sobre ensino religioso. O material será destinado, inicialmente e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e num segundo momento para os estudantes do Ensino Fundamental. O novo recurso propõe um discurso inter-religioso na escola e aborda temas como paz, ética e tolerância, primando pelo ensino sem proselitismo religioso.

É muito louvável tais iniciativas mas em escolas particulares principalmente, ainda há pouca divulgação destes ideais de respeito e tolerância, ainda se prega muitas as idéia do "totalmente (inquestionável) certo  e o que deve ser evitado". Os pais devem ficar atentos a esta distorção o que pode gerar preconceitos e em conseqüência intolerância. A formação religiosa não deve criar rótulos simplistas, por isto os pais devem estar atentos.

Neste dia, em particular, devemos refletir sobre os ideais religiosos e sociológicos pois se alguns dizem que a nossa sociedade está doente, uma grande causa disto é sem dúvida a aceitação de tudo sem o devido questionamento religioso dentro do conceito comum de viver as diferenças de forma harmoniosa.

Então, neste sábado 21 de janeiro, converse com seus familiares e amigos sobre o por que este dia existe e como o motivo dele existir afeta nossas vidas e nosso futuro.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Artigo sobre o BBB – Luís Fernando Veríssimo

Antes de iniciar o artigo, devo esclarecer que esta é a opinião do Luís Fernando Veríssimo e que a replicação deste artigo neste espaço não tem o objetivo de convencer e nem constranger as pessoas.
Adriano 

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. [...] Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
[...] Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. 

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia. 

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. 

Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns). 

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo. 

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!! 

Veja o que está por de tra$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. 

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores). Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. 

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

Autor: Luís Fernando Veríssimo